Eraldo Pieroni
HIV - A HISTÓRIA CONTADA PELO VÍRUS
Atualizado: 5 de abr. de 2020
Há anos, comprei um livro que muito me fascinou:
A História da Humanidade Contada pelo Vírus
escrito pelo Professor Doutor na UNIFESP Stefan Cunha Ujvari
Contexto Editora, São Paulo, 2009
Este é o Podcast
Leia o Blog até o Fim. Não é uma Cópia do Livro. Possuí meus apontamentos sócio, político, culturais e históricos. O Tema escolhido do livro está no Podcast no Megafono.
No final, clique sobre a ilustração da capa do livro de Stefan, podendo baixá-lo em Epub, Pdf ou em outra forma de arquivo disponível em LELIVROS.

Agora tenho o Prazer de Fazer um Podcast sobre a História do HIV, seguindo as palavras de Stefan. Livro que enriquece muito o estudo de História ao ver que podemos compreender melhor os Caminhos da Humanidade Através de Estudos da Medicina, Biologia e outras Ciências.
O interessante para nós é lincar a História com Literatura e Ciência
O que foi possível através do Livro de Stfan
Como NÃO me contento apenas com o Podcast, coloco em forma de Blog o conteúdo co Capítulo Utilizado por Mim.
Também continuo aqui com meu estudo sobre O PAPEL DO TRABALHO NA TRANSFORMAÇÃO DO MACACO EM HOMEM, de Friedrich Engels, uma vez que o Surgimento do Vírus do HIV correlaciona-se à Exploração Capitalista e Não Sustentável da África, dentro dos Períodos da Expansão Comercial Marítima, característica típica da Economia Mercantilista Europeia; como Também do Imperialismo Europeu do Século XIX, dentro da Óptica da Ampliação do Mercado Consumidor para os Produtos Industrializados.
ÁFRICA: ESTAÇÃO DE ORIGEM
NASCIMENTO DE UMA EPIDEMIA
A África é o Berço da Humanidade. E foi nela que nasceu uma das maiores epidemias virais, que perdura até os dias atuais.
O Estudo Genérico do Vírus faz com que o dossiê de uma doença seja mais complementado, segundo o autor do livro acima referido.
Stefan apresenta as principais diferenças entre DNA e RNA, presentes em todos os seres vivos e responsáveis pela sobrevivência e reprodução.
Clique na Ilustração e Conheça mais Sobre Diferenças do DNA e RNA
Talvez esta tabela nos ajude a compreender melhor a diferença entre DNA e RNA. Garanto que mais afrente Stefan deixará mais claro porque o RNA Vírus se replica e sofre mutações dentro de nossas células em grande quantidade.
Por isto que um Vírus pode alcançar as secreções genéticas e se disseminar sexualmente.
STEFAN NOS LEVA À ÀFRICA, REGIÃO DE CAMARÕES E DO GABÃO

Segundo Stefan, foi a partir de 1470, quando nossos colonizadores lusitanos procuram por novas rotas marítimas para as Índias Orientais, costeando o litoral africano pelo Oceano Atlântico, alcançam as Costas da atual região de Camarões.
Região rica em florestas tropicais, com seus Chimpanzés Pan troglodytes vellerosus.
Esses Chimpanzés estranham os pálidos e barbudos homens brancos que entram em seu habitat natural.
Ceuta sendo Conquistada pelo Príncipe Dom Henrique em 1415

Aos poucos, digo, ao longo do tempo, os Chimpanzés foram acompanhando a História das Nações do Camarões e de Gabão... Que desde o Século XV foram sofrendo a ocupação e exploração dos Homens Brancos do Ocidente Europeu... Ocupação que se estende até agora, na Primeira Metade do Século XXI.

Esses Chimpanzés viram caravanas de negros africanos serem levados acorrentados até o porto de Douala, no Camarões. Testemunharam embarcações superlotadas de escravos partindo par adentro com destino incerto. (Stefan- pg.10)

Durante o Século XVI (1501-1600) o Continente Africano foi sendo cutucado pelos Europeus. Não que ele já não fosse cutucado e explorado pelos Chineses e Hindus na Parte do Oceano Índico e também pelos Árabes Muçulmanos muito antes. A África sempre foi ponto de referência para exploração comercial por causa de suas riquezas naturais, como pedras preciosas, ouro, algodão e o trigo.

Na Década de 1840 a escravidão de africanos torna-se proibida, o que alguns países, como o Brasil, legalmente não fez.
Os Europeus passam a explorar Camarões e Gabão com outro interesse:
Passam a Explorar o Óleo de Palma, o Famoso Óleo de Dende.

Para explorar estas Palmeiras, os Europeus penetram as Ricas Florestas Tropicais de Camarões e Gabão. É óbvio que vão explorar a mão de obra do africano local; típico do sistema Capitalista; mas, o pior está no fato de que os Brancos Europeus passam a se interessar pela Carne dos Chimpanzés...
Sim! vão caçar e comer os Chimpanzés.

NÃO PODEMOS FICAR CULPANDO AFRICANOS E ASIÁTICOS PELA FORMA COMO SE ALIMENTAM. A ALIMENTAÇÃO DO OCIDENTAL FOI INFLUENCIADA EM MUITO PELAS DIFERENTES CULTURAS DO MUNDO TODO.
Só da América Conquistada e Ocupada pelos Espanhóis a Europa Obteve em Gêneros Alimentícios: Milho, Feijão, Tomate, Abacaxis, Girassol, Pimenta e Pimentão, Cacau, Batata, Bata-Doce, Abobrinha e o Peru, entre outras coisas.
A carne dos Chimpanzés será uma nova regalia.
Só que, o contato com o sangue desses primatas facilitará a transmissão do Vírus.

Sim, nossa cultura ocidental, baseada na Dialética Idealista, de que apenas o Mundo Ocidental, desde os Gregos Clássicos conseguem Raciocinar e Fazer Uso da Razão para desenvolver a Ciência e a Tecnologia, faz com que interpretemos o Mundo Africano, Latino Americano e Asiático como Inferior.
A Dialética Idealista parte do Pressuposto Darwinista Social de que Somente Homens e Culturas de Natureza Intelectualmente Mais Desenvolvida Pode Dominar o Mundo.
Descartamos assim as demais culturas mundiais, inclusive é natural do Brasileiro se sentir subserviente aos Ocidentais Europeus e Norte-Americanos.
Isto nos foi incutido desde 1500, quando os portugueses nos colonizaram, principalmente depois da divisão do Brasil em Capitanias Hereditárias, em 1534, quando o Brasil Colonia fica subserviente aos Caprichos do Mercado Mercantil, Produzindo apenas para sua Metrópole Portugal.

No Continente Africano, guerra, pobreza e urbanização com prostituição ajudaram a disseminar o Vírus do HIV ao longo do tempo.
A nova doença espalhou-se pela África de Maneira Explosiva.
Uma doença que causava diarréia e consequente emagrecimento, levando a pessoa à morte.
O Uso de medicamentos e de vacinas não descartáveis foram coadjuvantes da epidemia.

Dentro da África, por causa da Falta de Políticas Públicas de Saneamento Básico, das Guerras Internas pelo Poder Político, a NOVA DOENÇA NÃO CONHECIDA COMO AIDS, espalhava-se rapidamente.
O mesmo podemos supor do COVID 19 no BRAIL do Século XXI, onde a população ignorante de suas causas e consequências apelam à credos religiosos, orando pelo afastamento rápido do Vírus.
A População Africana sofria e morria de doenças diagnosticadas como diarreia, desnutrição, tuberculose, pneumonia - reinantes na população empobrecida.
O mesmo ocorre com o Covid 19 no Brasil, a população mais pobre, que não tem acesso a um Sistema de Saúde, vai se contaminar e morrer de doenças diagnosticadas erradamente, pela falta de testes... Mas na verdade morrerão de Covid 19.
Na Áfica, em 1959, uma amostra de sangue foi coletada. Essa amostra foi guardada em um freezer nos Estados Unidos. E, somente na década 1980, quando haviam descoberto o Vírus do HIV, essa amostra de sangue estocada, foi descongelada e testada. Presenciaram a existência do Vírus HIV adormecido por cerca de 26 anos.
Na Guine-Bissau - outro tipo de Vírus HIV foi encontrado no ser humano. O Vírus tipo 2
Esse Vírus tipo 2, presente durante os anos 1960-70 nas lutas de Independência das colônias portuguesas africanas: Angola, Moçambique e a Guiné Portuguesa (Guiné Bissau), acabou imigrando para Portugal, por meio dos soldados infectados.

Apesar do que restava do famoso Império Colonial Português estar desabando, o Vírus Tipo 2, infectando o ser Humano, saiu da África e foi Para a Europa Ocidental.
Faz jus à merda do Capitalismo: Vamos Foder quem nos Explorou, falou o Vírus, em nome do Continente Africano.
Afinal, foi a ambição colonial do Mercantilismo e do Capitalismo Financeiro quem Fodeu a África.
Pense em como o Continente Africano tanto quanto o Asiático e o Americano NÃO foi durante milênios explorados por invasões, destruições e disseminações de doenças variadas?

Digamos que, durante os finais dos anos 1970, o Vírus Conseguiu Facilmente Sair da África e viajar para o Continente Americano, chegando na América Central, bem no Haiti.
Nesse País, através de relações sexuais, um canadense infectou-se.
Depois, os próprios haitianos que fugiam de lutas civis o levou para o Estados Unidos da América do Norte.
A Homossexualidade foi a mais a afetada, não por falta de higiene ou promiscuidade, como realmente lembro foi o mote principal de culpar a homossexualidade como causa principal da origem e transmissão do Vírus HIV.
Lembro-me de que falavam de Africanos "Transando com Macacos", passando para outros Homens e Mulheres através de Relações Sexuais.
O Preconceito ao Africano e à Homossexualidade estava mais do que presente nas chulas analises populares, ignorantes feitas pela população.
NÃO DIGO que apenas pobres sem acesso à educação propagavam esta ideologia preconceituosa e ridícula sobre a Aids. Ricos bem estudados propagavam isto, como forma de afastar filhas e filhos dos puteiros e de relações com quem - eles pais - não queriam.
O MEDO ESCATOLÓGICO do FIM DO MUNDO: A AIDS, foi tida como praga e ira de DEUS pela LIBERDADE SEXUAL FODEU MUITA GENTE E MUITO DA PROSPERIDADE INTELECTUAL MUNDIAL; principalmente em países chulos como o BRASIL, marcado por uma DITADURA MILITAR QUE NOS TRANSFORMOU LITERALMENTE EM MICROCEFÁLICOS.
HOJE, no século XXI, as Religiões, Principalmente as de Cunho Evangélico, estão substituindo a AUTORIDADE BUCÉFALA dos MILITARES DE 1964-85.
Este é o Meu Ponto de Vista

A partir da década de 1990, com o Vírus HIV Tipo 2, a tecnologia foi obrigada a se desenvolver rapidamente no campo da medicina preventiva e de cura de infecções letais, que afetam nosso sistema Imunológico.
Sim! Dentro das células, o vírus do HIV (RNA) replica e gera várias mutações.

O Vírus da Aids disseminou-se na população mundial. As mutações acumularam-se a cada multiplicação e permaneceram em cada indivíduo recém-infectado. Comparamos essas mutações na população e calculamos a frequência com que ocorrem. Programas de computador fazem um cálculo retrospectivo. É possível assim, desfazer as mutações de maneira retrógrada para chegar à primeira forma viral mais semelhante ao vírus dos chimpanzés. Dessa forma estimamos a data provável dos primeiros casos humanos ao redor da década de 1930. Seria a data em que o Vírus se transferiu do chimpanzés ao homem. pág. 14 - Stefan Cunha Ujvari.

O Vírus do HIV vai ao banco de Réus - pgs 14-15 e 16
No final do Século XX, vestígios de sangue, pele descarnada, esperma ou fios de cabelos podem facilitar o encontro do criminoso.
As impressões estão escondidas nos núcleos das células deixadas no local.
Ao mapear parte do DNA deixado na cena do crime, compara-se com o DNA dos suspeitos, encontrando o criminoso.
No final da década de 1980, uma jovem norte-americana se contaminou pelo vírus. A investigação de sua infecção não mostrava a forma de contágio.
Não usara drogas, nem fez tatuagem e nem relações sexuais com parceiros possivelmente infectados.
A pista levou ao tratamento dentário dois anos antes de descobrir a infecção. O seu dentista da Flórida era o portador do vírus.
Como comprovar que o vírus do dentista infectou a paciente?
A resposta estava na sequência genética do Vírus
Os da paciente e do dentista foram analisados. O RNA de ambos era muito semelhante. As mesmas mutações encontradas no vírus do dentista estavam presentes no da paciente, excesso em decorrência do tempo. Não havia dúvida de que o vírus da jovem era descendente do vírus do dentista. Além disso, ambos eram bem diferentes dos vírus que circulavam entre a população daquela região.
As autoridades de saúde, alertadas, recrutaram os pacientes do dentista para realizarem exames. Aqueles com sorologias positivas para aids tiveram o material genético de seus vírus comparado com o do dentista. Encontraram mais cinco pacientes contaminados pelo vírus do profissional.
Assim, no início dos anos 1990 aocnteceu a primeira provável transmissão do vírus da aids. Abriu portas para que pudéssemos comparar os vírus de pessoas diferentes a fim de resolver disputas jurídicas. O vírus da Aids começou a sentar no banco dos réus.
Em agosto de 1994, uma enfermeira terminava um relacionamento com um médico da mesma cidade. A enfermeira recebeu uma injeção muscular par desempenhar tarefas com maior disposição.
Em janeiro de 1996, a enfermeira fez um exame para aids e descobriu que estava infectada.
Suspeitou e acusou o ex-amante = o médico.
O gastroenterologista foi a corte.
O avanço da ciência em comparar vírus para saber a fonte de origem era desconhecido pelo médico ex-amante.
Os investigadores vasculharam os arquivos do médico, de seus pacientes no período em que a enfermeira recebeu a injeção de vitaminas. Identificaram a ficha médica de um paciente portador do vírus da aids. Esse paciente consultou o ex-amante médico no mesmo dia em que a enfermeira tinha tomado a injeção e teve uma amostra de sangue colhida no próprio consultório do médico.
A Acusação foi a de que o médico ex-amante retirou amostra de sangue do paciente infectado e misturou-a à seringa usada na sua ex-amante.
O Paciente e a vítima (enfermeira ex-amante) forneceram nova amostra de sangue para isolar seu vírus da aids.
Vírus de outros portadores de aids da mesma cidade foram recolhidos para mapeamento.
O mapeamento bateu o vírus da vítima com o do paciente.
A árvore genealógica provou que o vírus da enfermeira descendeu do vírus daquele paciente.
O médico foi sentenciado a 50 anos de prisão.
Stefan Cunha Ujvari, na pagina 17, ao encerrar esta parte, deixa claro que seu livro serve para fornecer provas atuais de como e quando as doenças infecciosas atingiram o homem, desde o nosso nascimento nas savanas africanas.
Dentro da Lógica da Dialética da Natureza, podemos dizer que a Exploração dos Ecossistemas Naturais em proveito do LUCRO, tanto na Idade Moderna Mercantilista como na Industrial Contemporânea, levam o Mundo Todo à Disseminação de Vírus que antes pertenciam apenas às espécies animais.
E, por uma questão natural dos Vírus, eles precisam de um Hospedeiro para se Replicarem. O ser Humano toma lugar do animal silvestre, passando a ser hospedeiro de novos tipos de vírus, que minam nossa resistência imunológica, levando-nos à morte.
Como vimos no caso do HIV na África e do Covid 19 atualmente no Brasil, a população empobrecida sem assistência médica de boa qualidade, saneamento básico e instrução, esta sujeita a sofrer com as epidemias e pandemias.